Archive for abril 2005
Não seria justo partir sem agradecer a todos os que directa ou indirectamente vão ajudar esta viagem.
Ao João Rodrigues, o nosso consultor mecânico, pela prontidão habitual no aconselhamento via telefone satélite.
Ao André Espenica, ao Manuel Seabra, ao Paulo Veloso, ao Bernardo Feio ao Luis Lourenço ao Mário Figueiras, ao Vítor Martins e a toda a equipa Motojornal, ao Tiago e a todos os Nomad’s pela força que nos estão a dar
E claro à minha cara metade, a Dé que tanto tem aturado nas ultimas semanas.
Obrigado, muito obrigado a todos.
OBRIGADO!
Tudo está pronto, ou melhor quase tudo está pronto! O Casimiro ainda vai hoje mudar a transmissão e o óleo da Varadero, O Martins tem tudo acertado e só faltam pequenos pormenores, o Teles tem sido um autentico estafeta e vai hoje buscar algumas peças de substituição que a Motorhaus nos vai emprestar. Aliás à que destacar a ajuda que a Motorhaus tem vindo a dar ás 3 BMW que vão participar nesta viagem, ao Tiago e à sua equipa o nosso muito obrigado. Mais importante que a cedência de peças temos a garantida do envio por DHL de qualquer outra peça que venha a ser necessária. A Motorway apoia nos mesmos moldes a única Honda da viagem. A Varadero do Miguel está neste momento a ser mimada pela equipa da Motorway.
Uma constipação repentina deixou-me em baixo de forma, animei logo cedo com a chegada de uma encomenda de Inglaterra que já tinha perdido as esperanças de levar para esta viagem. Mas a coisa está composta, as malas feitas, a moto pronta e hoje contra todas as expectativas vais ser uma noite de descanso com a família.
Motorhaus e Motorway
A pouca capacidade de bagagem numa moto é muitas vezes confundida como limitação em viagens longas. Gostamos de acreditar que não, quanto menos bagagem menos preocupação, menos trabalho, mais simplicidade e mais tempo livre para desfrutar a viagem. A cada regresso descobrimos que objectos que tínhamos como essenciais afinal são absolutamente desnecessários e se nas primeiras viagens faltava espaço agora sobra sempre algum para os souvenirs.
A configuração normal de uma moto para viagem incluí 2 malas laterais e um saco impermeável amarrado na traseira. 100 litros de capacidade de carga disponíveis para transportar toda a bagagem necessária para até 60 dias dias de viagem.
Nas próximas linhas partilhamos a nossa experiência na gestão de espaço e na organização da bagagem que habitualmente transportamos.
Bagagem Pessoal
- 4 t-shirts (de preferência de secagem rápida e de boa qualidade)
- 4 pares de meias (de cano alto, de secagem rápida tipo coolmax®)
- 4 boxers (de preferência sem costuras e de secagem rápida)
- Toalha de banho (compacta, leve e muito absorvente, tipo natação)
- calção de caminhada (leve e de secagem rápida)
- fato de banho
- calça de caminhada (leve e de secagem rápida)
- 1 sweat-shirt Polarteck 100 (fina e quente)
- 1 casaco de caminhada (de preferência windstopper, leve e pequeno)
- ténis de caminhada
- chinelos tipo havaiana
- Kit de higiene (escova de dentes, pasta, cotonetes e sabão azul e branco)
- repelente de insectos
- creme hidratante e protector solar (creme e bâton)
- dois pares de óculos escuros
- Kit de primeiros socorros e medicamentos (específicos)
Moto
- Kit de ferramentas indicado à moto
- Kit de reparação de furo (desmontas, kit de remendos, bomba de ar)
- Uma camara de ar para cada roda
- bracadeiras plásticas tipo electricista
- arame fino
- cabo de aço e vários cerra cabos
- Velas
- Elos de corrente ou kit de transmissão (dependendo da necessidade)
- Rolamentos
- Cabo de acelerador e embraiagem
- Manetas de travão e embraiagem
- Óleo de motor e de transmissão
- Fita cola tipo americana
- Cintas de aperto de bagagem
- Epoxy para metal (cola de dois componentes/solda a frio)
- Peças de substituição para avarias "típicas" do modelo de moto
Camping
- Tenda (de preferência com tecto duplo, auto-sustentável,leve e pequena)
- Colchão auto-insulflavel (tipo termarest®)
- Saco cama de boa qualidade
- Lençol de seda para saco cama
- mosquiteiro
- kit de reparação para colchão e tenda
- fronha de uma almofada (pode ser cheia com t-shirt do avesso)
- lanterna frontal (tipo petz)
- lanterna suplente (de mão)
- fogão pequeno e leve
- Kit de cozinha pequeno e leve
- Canivete suiço com alicate (tipo vitorinox ou lethermen multi-tool)
- isqueiro
- máscara tapa olhos (para dormir de dia :-)
Dependendo das latitudes e das condições meteorológicas da região da viagem o Kit de campismo deve ser revisto e adaptado a cada viagem (por exemplo substituir tenda por rede Hamaca, levar um saco cama mais leve para temperaturas mais elevadas...) O objectivo deve ser sempre levar o menos possível, o mais leve possível e o mais simples possível.
Gadjets
Maquina fotográfica (com pelo menos 2 baterias)
Maquina de filmar (com pelo menos 2 baterias)
Mini tripé
Leitor de cartões e usb pen (para upload de fotos nos cyber cafés)
Carregador múltiplo 12V (permite carregar as baterias de todos os gadjets)
GPS (de preferência com cartão de memoria para carregar varias cartografias)
Cartões de memoria para maquina fotográfica e filmar
Telemóvel ou telefone de satélite conforme a necessidade
Bússola
Binóculos
Ipod
Guia de Viagem e Livros
A configuração normal de uma moto para viagem incluí 2 malas laterais e um saco impermeável amarrado na traseira. 100 litros de capacidade de carga disponíveis para transportar toda a bagagem necessária para até 60 dias dias de viagem.
Nas próximas linhas partilhamos a nossa experiência na gestão de espaço e na organização da bagagem que habitualmente transportamos.
Bagagem Pessoal
- 4 t-shirts (de preferência de secagem rápida e de boa qualidade)
- 4 pares de meias (de cano alto, de secagem rápida tipo coolmax®)
- 4 boxers (de preferência sem costuras e de secagem rápida)
- Toalha de banho (compacta, leve e muito absorvente, tipo natação)
- calção de caminhada (leve e de secagem rápida)
- fato de banho
- calça de caminhada (leve e de secagem rápida)
- 1 sweat-shirt Polarteck 100 (fina e quente)
- 1 casaco de caminhada (de preferência windstopper, leve e pequeno)
- ténis de caminhada
- chinelos tipo havaiana
- Kit de higiene (escova de dentes, pasta, cotonetes e sabão azul e branco)
- repelente de insectos
- creme hidratante e protector solar (creme e bâton)
- dois pares de óculos escuros
- Kit de primeiros socorros e medicamentos (específicos)
Moto
- Kit de ferramentas indicado à moto
- Kit de reparação de furo (desmontas, kit de remendos, bomba de ar)
- Uma camara de ar para cada roda
- bracadeiras plásticas tipo electricista
- arame fino
- cabo de aço e vários cerra cabos
- Velas
- Elos de corrente ou kit de transmissão (dependendo da necessidade)
- Rolamentos
- Cabo de acelerador e embraiagem
- Manetas de travão e embraiagem
- Óleo de motor e de transmissão
- Fita cola tipo americana
- Cintas de aperto de bagagem
- Epoxy para metal (cola de dois componentes/solda a frio)
- Peças de substituição para avarias "típicas" do modelo de moto
Camping
- Tenda (de preferência com tecto duplo, auto-sustentável,leve e pequena)
- Colchão auto-insulflavel (tipo termarest®)
- Saco cama de boa qualidade
- Lençol de seda para saco cama
- mosquiteiro
- kit de reparação para colchão e tenda
- fronha de uma almofada (pode ser cheia com t-shirt do avesso)
- lanterna frontal (tipo petz)
- lanterna suplente (de mão)
- fogão pequeno e leve
- Kit de cozinha pequeno e leve
- Canivete suiço com alicate (tipo vitorinox ou lethermen multi-tool)
- isqueiro
- máscara tapa olhos (para dormir de dia :-)
Dependendo das latitudes e das condições meteorológicas da região da viagem o Kit de campismo deve ser revisto e adaptado a cada viagem (por exemplo substituir tenda por rede Hamaca, levar um saco cama mais leve para temperaturas mais elevadas...) O objectivo deve ser sempre levar o menos possível, o mais leve possível e o mais simples possível.
Gadjets
Maquina fotográfica (com pelo menos 2 baterias)
Maquina de filmar (com pelo menos 2 baterias)
Mini tripé
Leitor de cartões e usb pen (para upload de fotos nos cyber cafés)
Carregador múltiplo 12V (permite carregar as baterias de todos os gadjets)
GPS (de preferência com cartão de memoria para carregar varias cartografias)
Cartões de memoria para maquina fotográfica e filmar
Telemóvel ou telefone de satélite conforme a necessidade
Bússola
Binóculos
Ipod
Guia de Viagem e Livros
Bagagem
A experiência foi-nos ensinando que não é a moto que faz a viagem, somos nós. Se no inicio achávamos essencial ter uma moto super equipada para fazer este tipo de viagens, não demorámos muito a perceber que qualquer uma serve... aliás quanto mais simples melhor!
Uma BMW R1100GS de 1999 foi a primeira escolhida. Moto fiável e robusta aguentou bem as rotas exigentes onde foi posta à prova. Equipada até aos dentes com equipamento raro na altura, como as malas de alumínio, o deposito de 43 litros de capacidade e uma suspensão Ohlins montada num quadro reforçado. Depois de 5 anos de “convívio”, moto e piloto ganharam uma grande simbiose, algo que ajudou muito na superação de alguns dos obstáculos no projecto Até ao fim do mundo.
Tantos anos de intimidade levaram-me a baptiza-la de Inga, a minha namorada Alemã gordinha. Hoje tem 300.000 quilómetros e continua a fazer parte da família.
Em 2007 o desafio Amazónia requeria algo mais leve, mais simples, mais descartavel. Entra em cena a Honda Dominator 650, uma simples e barata monocilindrica que poderia ser facilmente abandonada em qualquer lado sem grandes lamentos.
Depois de 8 anos a rodar com uma moto com cardã, com injecção e toda sofisticada, chegou-me às mãos uma Honda de 1999 do mais simples que há em termos de mecânica. Senti necessidade de me voltar a familiarizar com esta simplicidade e passei com ela grandes serões na garagem.
Serões que coincidiam com uma tal série infantil que dava na televisão na altura, aliás era precisamente esse programa que marcava o fim do turno do sofá e o inicio do turno da garagem.
Alguns meses e muitas horas de trabalho depois nasce a Floribela, a "turbinada". Equipada a rigor com vários implantes, tal e qual como a protagonista da tal série infantil.
A Floribela resistiu a todas as provações da travessia da Amazónia e vive hoje em dia na casa de um amigo em Coimbra.
Em 2008, terminado o projecto Até ao fim do Mundo, chega à família uma nova moto. Esguia, bela, potente e provocantemente lasciva... Heidi, a amante! :)
Uma maquina infernal que me lembra que já não tenho pedalada para tanta acção. Leva-me de volta à Guiné em 2009, mas é nos trilhos do nosso Portugal e nas formações de condução do Adventure Training Centre da MotoXplorers que ganha o seu espaço vitalício na família.
Hoje é um daqueles fetiches que atingem os homens de meia idade, não serve para grande coisa, mas dá um prazer de condução incomensurável...
Em 2010 no México encanto-me com a simplicidade de uma Suzuki DR650. Equipada apenas com um deposito maior, um banco um pouco mais confortável e uns alfoges de lona, leva-me por toda a América Central até à Colômbia sem absolutamente nenhum problema.
Baptizo-a de Maria, um nome simples para uma moto simples.
Era para ser a Raimunda, uma velha e básica Kawasaki KLR 650 feia como uma noite de trovões (daí o nome, Raimunda, feia de cara, horrível de bunda) que cheguei a comprar ao mesmo dono da Maria, mas quis o destino e os serviços de correios mexicanos que a corrente de distribuição não chega-se a tempo..
Como dizem os meus amigos brasileiros, se não tem tu vai tu mesmo e foi com a Maria que partilhei as belezas da América Central. A Maria vive hoje na Venezuela, ficou hospedada na casa de um amigo e aguarda o meu regresso para mais uma vadiagem.
O que importa reter é que qualquer moto é boa e serve para qualquer viagem. O que é verdadeiramente importante é o entrosamento entre piloto e moto. É importante conhece-la, saber os seus calcanhares de Aquiles, o que pode dar raia, o que se gasta mais rapidamente, quais são as suas manhas.... numa palavra, entende-la!
É claro que uma moto simples e leve facilita . Facilita na hora de levanta-la do chão, quando temos de a enfiar numa canoa ou num camião, na hora de a deitar no chão para reparar um furo, mas facilita principalmente porque é muito mais fácil encontrar peças para a reparar. Acreditem que se estiverem no meio de um país como o Mali por exemplo, é muito mais fácil encontrar um carburador usado do que um injector electrónico alemão...
Em termos de bagagem a lógica deve ser a mesma, simplificar. Um par de malas ou alforges laterais mantém o peso e o centro de gravidade baixo, facilitando a condução. Um saco impermeável de 30 ou 40 litros amarrado no lugar da top case não aumenta demasiado o centro de gravidade e não compromete os movimentos do piloto, permitindo que este mude de posição e descanse certas partes do corpo em etapas maiores.
A moto não representa qualquer limitação na realização da viagem. Somos nós que fazemos a viagem, ela só serve para nos levar...
A moto não representa qualquer limitação na realização da viagem. Somos nós que fazemos a viagem, ela só serve para nos levar...
As Motos
Carlos Azevedo
É o vadio compulsivo. Nenhum destino lhe parece inatingível, nenhuma viagem impossível.
Queria ver o mundo todo montado numa moto - já percebeu que é impossível mas não é por isso que vai desistir de tentar.
Enquanto insiste vai infectando outros com o vírus da vadiagem! Tem o hábito de fazer muito bons amigos desencaminhando-os por maus caminhos.
É o autor deste projecto.
Carlos Martins
O seu primeiro brinquedo deve ter sido um canivete suíço!
No infantário já lhe era destinada a tarefa de reparar os carrinhos dos colegas. No colégio em vez dos cadernos levava peças de substituição para reparar as bicicletas dos amigos, hábito que felizmente mantém até hoje.
Outro hábito estranho que têm inclui saltar de aviões em voo.
É o escriba de serviço da viagem Lisboa - Bissau.
Miguel Casimiro
É o nosso sonhador... vive nas nuvens. O único
suficientemente louco para levar uma Honda Varadero até à Guiné.
As suas atitudes naif preenchem a viagem com episódios inacreditáveis e hilariantes. Contador de histórias convicto é capaz de levar à exaustão a plateia mais interessada.
Sem ele a viagem seria sem duvida mais cinzenta.
É o nosso webmaster
Arménio Teles
É o cowboy do projecto, com as suas botas de montanha, as suas calças de ganga e a sua GS vai a todo o lado.
Ele e a sua BMW são uma coisa só, mantém uma tal simbiose que chegam a dormir juntos.
Homem de poucas palavras é o companheiro de viagem ideal, um "bicho do mato" pronto para partir a qualquer altura.
Teles vamos à Guiné?? Ok, quando? Amanhã??
André Espenica
Calmo e ponderado este alentajano de gema é a consciencia do grupo. Era já um viajante veterano quando o conheci, mas desde que trocou a sua Goldwin por uma Honda domintator deixou de viajar e começou a vadiar.
Bem disposto e reservado é o unico do grupo que (ainda) leva as coisas a sério, se não fosse ele provavelmente andariamos ainda perdidos na Patagonia.
Apaixonado por cartografia, reune à anos uma colecção de cartas e mapas que qualquer dia rivalizam com o acervo da National Geographic.
Rui Gomes
Energético e místico o Rui é o mais bem disposto do grupo. Uma borboleta, um condor, ou um coelho e pronto...é certinho em como perdemos o Rui que entra imediatamente em transe cosmico com a natureza.
É o unico vegetariano que eu conheço que inclui doses industriais de picanha, naco e pernas de frango na sua dieta.
Se fica sem comer fica insuportávelmente rabujento mas um pacote de bolachas e volta a sua boa disposição.
Com ele a harmonia no grupo está sempre garantida.
Nestas viagens fomos acumulando amigos que se foram juntando à família vadia por esse mundo fora... ...no Rio de Janeiro... ...em São Paulo... ...na Venezuela... ...na Argentina... ...na Bolívia... ...em França... ...no Reino Unido... ...na Alemanha... ...na Noruega... ...no Panamá... ...na Costa Rica... ...na Colômbia... ...na Russia... ...na Guiné Bissau... ...e em muito outros lugares que não cabem neste blog.
Nestas viagens fomos acumulando amigos que se foram juntando à família vadia por esse mundo fora... ...no Rio de Janeiro... ...em São Paulo... ...na Venezuela... ...na Argentina... ...na Bolívia... ...em França... ...no Reino Unido... ...na Alemanha... ...na Noruega... ...no Panamá... ...na Costa Rica... ...na Colômbia... ...na Russia... ...na Guiné Bissau... ...e em muito outros lugares que não cabem neste blog.
Os Vadios
Este projecto nasceu em 2002 depois de uma série de pequenas viagens realizadas ao Norte de África.
O Projecto “Até ao Fim do Mundo, uma aventura de Pólo a Pólo.” ligou o ponto mais a Norte do Continente Europeu, Cabo Norte na Noruega, ao Ponto mais a Sul do Continente Americano, Cape Horn na Argentina.
Esta viagem foi realizada em moto em várias etapas com o objectivo de cumprir o máximo de trajecto por terra. O filosofo Aristóteles foi o primeiro a sugerir uma divisão da terra com base nas diversas condições climatéricas determinadas pela latitude. Já por essa altura era clara a grande variedade de ambientes que caracterizavam as diversas latitudes.
Hoje as diferenças são ainda mais óbvias, mais do que condições climatéricas distintas, as várias latitudes tem uma enorme diversidade sócio-cultural provocada por milénios de adaptação e séculos de influencias entre povos de regiões diferentes.
De sociedades tecnologicamente avançadas, como as do norte da Europa, passando por misturas culturais como na América latina, até às sociedades tribais na Amazónia e em África, esta viagem foi confrontada com uma variedade incrível de ambientes e culturas que tornaram este projecto uma experiência única.
Numa rota que atravessa de Norte a Sul todo o planeta um Oceano divide obrigatoriamente a viagem em duas etapas. A escolha de Bissau e Caracas duas cidades aproximadamente no mesmo paralelo, permitiu que a rota final, apesar de ter de ser interrompida, não deixa-se de percorrer por terra todas as latitudes habitáveis do planeta.
O Projecto teve inicio em 2005 com a ligação que nos levou de Lisboa a Bissau, cruzando Marrocos, Sahara Ocidental, Mauritânia, Senegal, Gâmbia e Guiné.
Em 2006 foi realizada a etapa Rio de Janeiro - Ushuaia, percorrendo toda a Patagónia, Argentina, Chile, Deserto do Atacama, Uruguai e sul do Brasil.
2007 foi o ano da ligação entre Caracas e o Rio de Janeiro, atravessando a Venezuela, Amazónia, Perú, Bolivia e o Centro do Brasil.
Em 2008 concluímos o projecto em Lisboa depois de uma a viagem que passou pelo Cabo Norte na Noruega, Rússia e mais de 15 países na Europa.
O Projecto “Até ao Fim do Mundo, uma aventura de Pólo a Pólo.” ligou o ponto mais a Norte do Continente Europeu, Cabo Norte na Noruega, ao Ponto mais a Sul do Continente Americano, Cape Horn na Argentina.
Esta viagem foi realizada em moto em várias etapas com o objectivo de cumprir o máximo de trajecto por terra. O filosofo Aristóteles foi o primeiro a sugerir uma divisão da terra com base nas diversas condições climatéricas determinadas pela latitude. Já por essa altura era clara a grande variedade de ambientes que caracterizavam as diversas latitudes.
Hoje as diferenças são ainda mais óbvias, mais do que condições climatéricas distintas, as várias latitudes tem uma enorme diversidade sócio-cultural provocada por milénios de adaptação e séculos de influencias entre povos de regiões diferentes.
De sociedades tecnologicamente avançadas, como as do norte da Europa, passando por misturas culturais como na América latina, até às sociedades tribais na Amazónia e em África, esta viagem foi confrontada com uma variedade incrível de ambientes e culturas que tornaram este projecto uma experiência única.
Numa rota que atravessa de Norte a Sul todo o planeta um Oceano divide obrigatoriamente a viagem em duas etapas. A escolha de Bissau e Caracas duas cidades aproximadamente no mesmo paralelo, permitiu que a rota final, apesar de ter de ser interrompida, não deixa-se de percorrer por terra todas as latitudes habitáveis do planeta.
O Projecto teve inicio em 2005 com a ligação que nos levou de Lisboa a Bissau, cruzando Marrocos, Sahara Ocidental, Mauritânia, Senegal, Gâmbia e Guiné.
Em 2006 foi realizada a etapa Rio de Janeiro - Ushuaia, percorrendo toda a Patagónia, Argentina, Chile, Deserto do Atacama, Uruguai e sul do Brasil.
2007 foi o ano da ligação entre Caracas e o Rio de Janeiro, atravessando a Venezuela, Amazónia, Perú, Bolivia e o Centro do Brasil.
Em 2008 concluímos o projecto em Lisboa depois de uma a viagem que passou pelo Cabo Norte na Noruega, Rússia e mais de 15 países na Europa.
Até ao fim do Mundo, viagem de Pólo a Pólo
Cartografia digital para GPS Garmin
Portugal - http://www.espsonoros.com
Europa - http://www.garmin.com
África - http://www.tracks4africa.com
Brasil - http://www.tracksource.org.br
Argentina - http://www.proyectomapear.com.ar
Chile - http://www.proyectomapear.com.ar
Venezuela - http://www.gpsve.net
América do Norte - http://www.garmin.com
Mapas em papel
Os mapas Michelin são referencias no que diz respeito a cartografia na Europa e África, podem ser adquiridos em qualquer loja de viagens e consultados no site da Michelin,
A ITMB é uma empresa Canadiana especializada em cartografia. Na sua colecção podem ser encontrados os mapas mais recentes das regiões menos cartografadas do mundo. Podem ser adquiridos via net directamente no site da ITMB.
O Guia 4 Rodas do Brasil faz parte da Editora Abril e anualmente publica mapas actualizados de toda a MercoSul (Brasil, Uruguay, Argentina, Chile e Paraguay) Podem ser adquiridos em qualquer quiosque ou papelaria no Brasil e consultados no site da Abril.
Lojas
A Altair é uma mega loja com um imenso acervo de documentação vária para viagem. Mapas, livros, guias, globos, DVDs, CDs, musica podem ser encontrados nas lojas de Madrid e Barcelona bem como em http://www.libreriaaltair.com
A Amazom.com dispensa apresentações, tem de tudo um pouco, incluindo muitos mapas e livros de viagem. Pode ser visitada em http://www.amazon.com/
Chris Scott é um famoso motociclista que já vadiou por todo o mundo e mantem uma paixão especial pelo Sahara. No seu site Sahara Overland podem ser adquiridos mapas e livros sobre esta região. http://www.sahara-overland.com
A Fnac é outra das "fontes" que dispensa apresentações, tem lojas em Lisboa e no Porto e pode ser visitada em http://www.fnac.pt
A Adventure Store MotoXplorers em Lisboa tem também um bom acervo de mapas entre os quais os da Michelin e da IMTB. Podem encontrar a morada em http://www.motoxplorers.com
Não é uma loja mas é uma "fonte" impressionante de informação, o Nomad's Trail Moto Clube de Portugal mantem no seu forum uma listagem de links onde pode ser encontrada todo o tipo de cartografia.
Portugal - http://www.espsonoros.com
Europa - http://www.garmin.com
África - http://www.tracks4africa.com
Brasil - http://www.tracksource.org.br
Argentina - http://www.proyectomapear.com.ar
Chile - http://www.proyectomapear.com.ar
Venezuela - http://www.gpsve.net
América do Norte - http://www.garmin.com
Mapas em papel
Os mapas Michelin são referencias no que diz respeito a cartografia na Europa e África, podem ser adquiridos em qualquer loja de viagens e consultados no site da Michelin,
A ITMB é uma empresa Canadiana especializada em cartografia. Na sua colecção podem ser encontrados os mapas mais recentes das regiões menos cartografadas do mundo. Podem ser adquiridos via net directamente no site da ITMB.
O Guia 4 Rodas do Brasil faz parte da Editora Abril e anualmente publica mapas actualizados de toda a MercoSul (Brasil, Uruguay, Argentina, Chile e Paraguay) Podem ser adquiridos em qualquer quiosque ou papelaria no Brasil e consultados no site da Abril.
Lojas
A Altair é uma mega loja com um imenso acervo de documentação vária para viagem. Mapas, livros, guias, globos, DVDs, CDs, musica podem ser encontrados nas lojas de Madrid e Barcelona bem como em http://www.libreriaaltair.com
A Amazom.com dispensa apresentações, tem de tudo um pouco, incluindo muitos mapas e livros de viagem. Pode ser visitada em http://www.amazon.com/
Chris Scott é um famoso motociclista que já vadiou por todo o mundo e mantem uma paixão especial pelo Sahara. No seu site Sahara Overland podem ser adquiridos mapas e livros sobre esta região. http://www.sahara-overland.com
A Fnac é outra das "fontes" que dispensa apresentações, tem lojas em Lisboa e no Porto e pode ser visitada em http://www.fnac.pt
A Adventure Store MotoXplorers em Lisboa tem também um bom acervo de mapas entre os quais os da Michelin e da IMTB. Podem encontrar a morada em http://www.motoxplorers.com
Não é uma loja mas é uma "fonte" impressionante de informação, o Nomad's Trail Moto Clube de Portugal mantem no seu forum uma listagem de links onde pode ser encontrada todo o tipo de cartografia.
Mapas
Durante a preparação da viagem procuramos informações em guias e em livros que relatem experiências anteriores na arte de "vadiar". Aqui apresentamos alguns dos títulos que nos acompanharam, antes, durante e depois das viagens.
Os guias Lonely planet são bastante uteis na preparação da rota e durante todo o decorrer da viagem.
No Brasil, o Guia 4 rodas é a referencia para quem quer viajar pelo país.
A Fnac, Amazon e Adventure Store MotoXplorers em Lisboa têm disponíveis guias e livros de bastantes destinos.
Os guias Lonely planet são bastante uteis na preparação da rota e durante todo o decorrer da viagem.
No Brasil, o Guia 4 rodas é a referencia para quem quer viajar pelo país.
A Fnac, Amazon e Adventure Store MotoXplorers em Lisboa têm disponíveis guias e livros de bastantes destinos.
Biblioteca
A documentação organizada é um mal necessário neste tipo de viagens. Qualquer esquecimento, perda ou roubo pode determinar um final de viagem antecipado. Aqui artilhamos alguns dos métodos com os quais tentamos prevenir dissabores.
p
- Passaporte válido (até pelo menos 6 meses depois da data prevista de regresso )
- Livrete do veiculo
- Registo de propriedade do veiculo
- Carta de condução
- Seguros de saúde e repatriamento
- Carta de condução internacional é recomendada (ACP)
- Boletim de vacinação internacional/ vacina da febre amarela válida
- Cartão de crédito
- Cheques
- Vistos e documentação especifica para cada país
- Várias fotografias tipo passe
- Cópias de todos os documentos são também uma boa ideia, quando mais parecidos com os originais, melhor! A digitalização dos documentos permite arquiva-los em qualquer caixa de email acessível em qualquer cyber-café do planeta. Basta imprimir e temos um substituto temporário do documento perdido ou roubado. Fotocopias a cores ou boas impressões dos principais documentos devem fazer parte da bagagem, se forem recortados e plastificadas passam por originais em muitos países...
Documentos Moto
- Livrete do veiculo (ou doc. único)
- Registo de propriedade do veiculo (ou doc. único)
- Seguro do veiculo (carta verde internacional)
- Seguros locais de veículos (procurar informações nas fronteiras)
- Carnet ATA (informações na ACL)
- Carnet FIA (informações no ACP)
Dinheiro
- Cartão multibanco (vários)
- Cartão de crédito (vários)
- Códigos de acesso ao seu netbanco
- Contactos das entidades dos cartões de credito e multibanco
- Backup de passwords e pins (dissimulados em rascunhos de email por ex.)
- Levar dinheiro vivo é sempre obrigatório, normalmente espalhamos varias quantias pela bagagem, moto e roupa. Em África o Euro já superou o Dolar em termos de facilidade de câmbio mas na América do Sul a moeda norte americana continua a ser a preferida pelos bancos e casas de cambio. As ATMs existem praticamente em todas as grandes cidades dos dois continentes e são definitivamente a melhor forma de conseguir moeda local. Normalmente utilizamos as ATM para as despesas da viagem e guardamos os Dólares ou Euros para as emergências.
É muito importante verificar as exigências especificas de cada país em termos de documentação, os guias Lonely Planet e os web-sites dos consulados podem ser uma boa fonte de informação- Levar os contactos dos consulados ou embaixadas nas cidades por onde o nosso roteiro passa é uma boa ideia, caso não exista representação diplomática portuguesa em algum país, devem procurar representações diplomáticas de países europeus vizinhos. O web-site do Ministerio dos Negócios Estrangeiros tem muitas informações úteis para alem dos contactos de todas as representações portuguesas espalhadas pelo mundo. Documentos Pessoais
- Passaporte válido (até pelo menos 6 meses depois da data prevista de regresso )
- Livrete do veiculo
- Registo de propriedade do veiculo
- Carta de condução
- Seguros de saúde e repatriamento
- Carta de condução internacional é recomendada (ACP)
- Boletim de vacinação internacional/ vacina da febre amarela válida
- Cartão de crédito
- Cheques
- Vistos e documentação especifica para cada país
- Várias fotografias tipo passe
- Cópias de todos os documentos são também uma boa ideia, quando mais parecidos com os originais, melhor! A digitalização dos documentos permite arquiva-los em qualquer caixa de email acessível em qualquer cyber-café do planeta. Basta imprimir e temos um substituto temporário do documento perdido ou roubado. Fotocopias a cores ou boas impressões dos principais documentos devem fazer parte da bagagem, se forem recortados e plastificadas passam por originais em muitos países...
Documentos Moto
- Livrete do veiculo (ou doc. único)
- Registo de propriedade do veiculo (ou doc. único)
- Seguro do veiculo (carta verde internacional)
- Seguros locais de veículos (procurar informações nas fronteiras)
- Carnet ATA (informações na ACL)
- Carnet FIA (informações no ACP)
Dinheiro
- Cartão multibanco (vários)
- Cartão de crédito (vários)
- Códigos de acesso ao seu netbanco
- Contactos das entidades dos cartões de credito e multibanco
- Backup de passwords e pins (dissimulados em rascunhos de email por ex.)
- Levar dinheiro vivo é sempre obrigatório, normalmente espalhamos varias quantias pela bagagem, moto e roupa. Em África o Euro já superou o Dolar em termos de facilidade de câmbio mas na América do Sul a moeda norte americana continua a ser a preferida pelos bancos e casas de cambio. As ATMs existem praticamente em todas as grandes cidades dos dois continentes e são definitivamente a melhor forma de conseguir moeda local. Normalmente utilizamos as ATM para as despesas da viagem e guardamos os Dólares ou Euros para as emergências.
Documentação
Todas as viagens têm sido registadas em vídeo. O projecto "Até ao fim do mundo, uma viagem de pólo a pólo" foi realizado um DVD para cada etapa, reunindo as melhores fotos, filmes e informação de cada uma das 4 viagens.
Podem encontrar mais alguns vídeos no canal Youtube
Os vídeos mais recentes (após 2008) podem ser vistos no canal da Vimeo
Entre Américas, Mexico a Colômbia 2010
Rota Maya: México, Guatemala e Belize 2009
Resumo de 3 anos de vadiagem
Venezuela, Brasil, Peru e Bolivia 2007
Amazônia e Machu Picchu 2007
Patagônia e Deserto Atacama 2006
Africa 2005
Entre Américas, Mexico a Colômbia 2010
Rota Maya: México, Guatemala e Belize 2009
Resumo de 3 anos de vadiagem
Venezuela, Brasil, Peru e Bolivia 2007
Amazônia e Machu Picchu 2007
Patagônia e Deserto Atacama 2006
Africa 2005
Os Filmes
14.04.2005 - Carlos Azevedo
Ontem teve lugar a ultima reunião antes da partida. Ficou definida a hora e local da partida (1ª estação de serviço da A2, sentido N-S às 08 horas). A rota foi novamente discutida mas todos fomos unânimes em concordar que a rota final ficará definida pelo desenrolar da viagem. O objectivo é ir com calma, passar por Marrocos e pelo Sahara Ocidental rapidamente, e guardar o maior tempo possível para o Sul da Mauritânia, o Senegal e a Gambia.
Depois da fronteira do Senegal analisaremos o tempo restante e aí decidimos para onde ir. Para já está desenhada uma rota que segue para Sul pela costa até Dakar. Depois “sobe” o rio Gambia por várias reservas naturais do país com o mesmo nome e volta a entrar no Senegal a Este na direcção da maior Reserva Natural do País, o Parque Niokolo-Koba. Perto da fronteira com o Mali iniciamos o regresso para Oeste atravessando toda a região de Casamance até ao Atlântico. Aí depois de um dia de descanso na praia entraremos na Guiné directos para Bissau onde vamos averiguar todas as necessidades alfandegárias. Se tudo correr bem vão sobrar 4 ou 5 dias para rodar pela Guiné, antes de embarcar.
Ainda durante a reunião foram organizadas as divisões de tarefas e de bagagem. Os pneus foram distribuídos e o resto da noite foi passado a adaptar umas malas de alumínio na Varadero do Miguel.
16.04.2005 - Luis Lourenço
Já estão na estrada!
Não foi bem às 8 horas, houve ainda que repescar um documento esquecido, ainda bem que não foi no Sahara Ocidental...
Eram 10 horas quando os nossos amigos saíram da Área de Serviço do Fogueteiro na AE2, mantendo o objectivo de ir dormir já hoje a terras marroquinas.
Curioso o facto de o Até ao Fim do Mundo se iniciar com a etapa Lisboa - Dakar - Bissau precisamente quando é anunciada uma espectacular notícia para o todo-o-terreno nacional: o mítico Dakar sai em 2006 de Lisboa! Lisboa - Dakar 2006 !!!
Ficam aqui as primeiras fotos que marcam o início desta grande aventura. Esperemos que existam condições técnicas durante a viagem para termos muitas mais.
E então onde é que está a fotografia formal da partida? Não há, as nossas estrelas -viajantes não vão nessas saloiadas, o paparazzi colocou-se estrategicamente... mas foi bem enganado!
16.04.2005 - Carlos Azevedo
Finalmente saímos…
Eram perto das 8 horas quando saí de casa e deparei com o Luis Carlos a porta da garagem. O Casimiro para não variar tentava enfiar à ultima hora toda a bagagem nas novas malas. Não fosse o Luis ter notado e ele tinha partido sem o tampão do óleo!! Já a caminho da estação de serviço eu e o Luis perdemos o Casimiro de vista, mais tarde e depois de encontrar o pessoal que tinha ido despedir-se de nós na estação de serviço soube que se tinha esquecido do carnet…. Enfim é o Casimiro, não é preciso dizer mais nada ;-)
O Luis Lourenço, Carlos Cordeiro, o Nuno César, o Luis Carlos e alguns outros amigos foram despedir-se de nós e já com algum atraso saímos ao encontro do Teles que esperava por nós em Alcácer do Sal.
Rapidamente fizemo-nos ao caminho mas poucos quilómetros mais uma avaria do Casimiro, em vez de virar para Beja seguiu em frente em direcção ao Algarve…. Um telefonema resolveu o assunto, ele seguiria por Vila real de St Antonio e nós tal como é hábito seguiríamos pelas curvas de Rozal de la Frontera, marcámos encontro em Sevilha. O trajecto foi feito rapidamente e pouco tempo depois estávamos em Sevilha a almoçar fast-food. O Casimiro não aparecia e acabámos por marcar o reencontro no Porto de Tarifa, assim sempre poderíamos ir adiantando as burocracias para a primeira fronteira.
Chegados ao Porto de Tarifa contactamos a Guardia Civil para saber do procedimento dos carnet’s. Foi-nos dito que não havia problema, a alfandega abria meia hora antes do navio partir e eles carimbariam os carnet’s. Este procedimento é muito importante pois regista a saída das motos do espaço Europeu e sem este carimbo é muito complicado depois resgatar as motos da alfandega no regresso. Tranquilos comprámos os bilhetes e fomos petiscar umas tapas para a vila, já com o Casimiro que entretanto tinha chegado.
Meia hora antes da partida lá estávamos nós na alfandega para carimbar os carnet’s e eis que surge o primeiro contratempo da viagem. A Alfandega de Tarifa não pode carimbar Carnet por não ser considerada uma fronteira principal, teríamos de ir a Algeciras. Obviamente ficamos bastante aborrecidos e deixámos isso bem claro ao responsável da alfandega local. Depois de alguma discussão o chefe da guarda Civil foi ao guiché dos bilhetes e acabámos por ser reembolsados do valor já pago. Rapidamente seguimos para Algeciras, mas esta situação roubou-nos 3 horas que dariam muito jeito para chegar o mais a Sul de Marrocos possível. Acabámos por apanhar um ferry dos mais lentos que demorou mais 3 horas para atravessar para Tanger. Para acabar bem o dia a fronteira de Marrocos foi algo demorada, os carnets atrasaram um pouco a coisa e era já perto da meia noite quando saímos na direcção de Larache. Acabámos por ficar num parque de Campismo poucos quilómetros antes de começar a Auto Estrada para Casablanca.
17.04.2005 - Carlos Azevedo
Este dia não teve muita historia, saímos relativamente cedo e animados e rapidamente chegámos ao fim da Auto Estrada a caminho de Marraquesh. À parte de uns burros a atravessar a AE e umas manchas de gasóleo XXL nada de interessante. Como o inicio da estrada nacional a coisa ficou mais interessante. O País estava enfeitado, as rotundas e entradas das cidades estavam repletas de bandeiras e realmente cada vez Marrocos está mais “europeu”. Chegámos cedo a Marraquesh, almoçamos e conversamos para decidir se ficaríamos por ali ou seguiríamos para Agadir, afinal ainda tínhamos tempo de chegar lá de dia e o tempo estava bom. Barriguinha cheia e seguimos caminho para Sul.
A travessias das montanhas do Atlas são sempre espectaculares, ainda para mais num fim de dia limpo como foi o caso. As curvas puxam por nós e com a aderência dos Continental e motos carregadas é uma delicia serpentear por aqueles desfiladeiros. De um vale para outro nota-se perfeitamente as variações de temperatura, e chega mesmo a ser necessário vestir mais um casaco. O sol vai caindo e a planície imensa já nos mostra Agadir, logo na entrada encontramos um Motel com bom aspecto e sem esperar mais instalamo-nos.
Banhinho tomado e refrescados seguimos para o boulevard em busca de restaurante. Esta é uma cidade marroquina completamente atípica, os edifícios altos e os hotéis sumptuosos substituíram os kasbahs e as medinas. Chega a ser difícil encontrar um restaurante marroquino no meio de tantas pizzarias e caffés. Um reclame que sugeria brochettes chamou a atenção e acabámos por escolher o restaurante Chez Mimi, o único restaurante marroquino daquela avenida. A escolha revelou-se acertada, o peixe grelhado estava divinal e acabou até por ser em conta, acabamos por descobrir à posteriori que era recomendado pelos principais guias de viagens. Se passarem por Agadir visitem o Chez Mimi que vale a pena.
18.04.2005 - Carlos Azevedo
Arrancámos cedo de Agadir e rapidamente passámos por Tan Tan e Laayonne. O vento forte tem acompanhado a viagem, apanha-nos de lado e chega a ser visível o desgaste desigual dos dois lados do pneu. São horas de lado na moto a comer areia atirada a nós violentamente, felizmente em alguns troços o rumo acompanha o a direcção do vento e dá para descansar um bocadinho. Chega a ser confortável o silencio e o descanso de ter o vento pelas costas. Este é um companheiro que já esperávamos e que vai nos acompanhar até ao fim do Sahara.
Almoçamos numa arriba com vista para o mar, aproveitamos uma casa abandonada para o primeiro piquenique da viagem, comemos ATUM!!!! como na faina. Aliás este slogan passou a ser o grito de guerra desta expedição, sempre que montavamos na moto, vamos pá FAINA!!
Felizmente desta vez vim prevenido e trouxe o capacete fechado e o passa-montanhas, o vento continuo e a maresia provoca dores nos ouvidos e má visibilidade, os olhos estão sempre cheios de areia e chega a ser dificil de respirar. Com um bom capacete e um passa-montanhas estamos bem isolados e atenuamos essas dificuldades, mas mesmo assim não conseguimos evitar as dores lombares de um esforço constante para manter a moto direita.
Estamos agora no cabo Bojador (Boudjour), vamos ficar no Hotel Perle de la mer e encontramos outra tasca para comer o já conhecido hambúrguer de camelo. Amanha entramos na Mauritânia, a ver se chegamos à praia para passar a noite, vai depender da demora na travessia da fronteira e da tal estrada que está em construção.
Esta tudo a correr bem e estamos todos bem dispostos, apesar dos cocxis doridos e de estarmos fartos de asfalto já fizemos 2400 kms e faltam 600kms para chegar a Mauritânia.
p.s. desculpem os erros mas este teclado e árabe, hehehe
19.04.2005 - Carlos Azevedo
Mais uma vez acordamos cedo, começa a ser um habito levantar com o nascer do sol. A distancia entre o Bojador e o Barbas (a ultima estação de serviço no Sahara Ocidental) foi percorrida rapidamente. Apenas uma paragem para reabastecimento e a obrigatória paragem para a comemoração de mais uma passagem pelo trópico de cançer. Como tem vindo a ser hábito ao "monumento" iniciado por amigos do Fórum TT foram acrescentadas algumas pedras e umas recordações pessoais.
Uma das surpresas desta viagem foi o reduzido numero de controles militares na região do Sahara Ocidental em relação ao ano passado. Em 2004 levámos 35 "fiches" (fotocopias de passaporte com os dados da moto e dados pessoais) para agilizar a passagem desses controles, todos na altura achámos que era um numero exagerado, mas o certo é que antes de sair do território já estavam esgotadas. Desta vez se gastámos 7 ou 8 fichas em toda a travessia do Sahara foi muito, há menos controles e alguns só fazem perguntas, nem é preciso apresentar os documentos.
Em contrapartida nas imediações de Dakla continua a ser complicado conseguir gasolina, existem vários postos de abastecimento mas muitos deles não tem combustível. Do Bojador para sul convém atestar sempre que seja possível para precaver algum dissabor, especialmente se forem de moto.
Chegámos ao Barbas ainda antes de almoço, atestamos as motos e achamos por bem almoçar na fronteira enquanto esperávamos pelas burocracias. Todos os recipientes foram atestados, ao todo os quatro deveríamos levar qualquer coisa como 170 litros de gasolina e uns 20 litros de agua, o necessário para percorrer os 600 quilómetros até Nouackshout. O Barbas entretanto tem vindo a crescer, agora para alem do hotel e restaurante tem também um prático supermercado com muita variedade de produtos úteis em viagens deste género, qualquer esquecimento pode ser resolvido ali mesmo.
Para nosso espanto a saída de Marrocos foi muito rápida, em pouco menos de 15 minutos estávamos na terra de ninguém, finalmente acabou o asfalto!!. Esta fatia de terra entre Marrocos e a Mauritania está fortemente minada e é sempre com muito cuidado que atravessamos estes quilómetros, qualquer saída de pista pode resultar em acidente fatal. O problema e que muitas das zonas desta pista são de areia muito revolvida e com motos cheias de bagagem e combustível a progressão é sempre complicada, especialmente depois de muitos dias de asfalto.
GPS na resolução máxima e alguns atascanços depois chega as instalações da policia da Mauritania e lá se vão os primeiros 20 euros (5 de cada um). Passamos à aduana e mais 10 euros cada um, os carnets parece que agilizaram a coisa, foram carimbados e se não fosse alguns problemas com a quantidade de dinheiro declarado e em 5 minutinhos estávamos de novo na estrada. O problema é que fizemos uma declaração para os 4 onde referimos que levávamos 150 euros, eles desconfiaram e toca de revistar o pessoal, felizmente que tínhamos o dinheiro distribuído por vários locais e não o acharam todo. Acabamos por declarar 650 euros para os quatro e seguir viagem sem problemas.
Desde o posto fronteiriço até Nouadhibou já está tudo asfaltado, na transposição da linha d caminho de ferro que marca o final do campo minado seguimos para leste e pouco depois acabou o asfalto. A Varadero fez uma birra, durante um tempo não passava das 3000rpm, mas tal como começou a birra assim terminou e sem mais explicações ficou como nova e seguiu viagem. Acabámos por encontrar uma acácia que nos refugiava do vento que não dava descanso e montámos acampamento umas centenas de metros a sul da pista.
21.04.2005 - Miguel Casimiro
Chegamos ontem a capital da Mauritania.
Dia 4
Saimos de Bojador cedo, e optamos por almocar ja na fronteira de Marrocos, pelo caminho abastecemos no Barbar todos os recipientes de gasolina e agua. A entrada na Mauritania foi sem problemas, uma hora e 25 euros depois ja estavamos a caminho do Sul, pouco depois encontramos uma acacia que nos serviu de abrigo para montar acampamento.
Dia 5
O dia foi muito cansativo e sempre com vento muito forte. Devem rondar os 36 graus e o vento e permanente. Como bons Nomads ontem acampamos no meio do mato e depois de almoco ja na praia, arrancamos praia fora. Mais uma vez fomos mal informados e apanhamos com a mare a subir. Ja com pouca areia por onde escolher e a 40km de Nouakchout uma onda mais potente engoliu uma GS que fez birra durante umas horas ate voltar a trabalhar. Apoio satelite do joao Rodrigues e mestria do Carlos Martins e a moto foi desmanchada ali mesmo e finalmente voltou a roncar. Alegria geral, verylight para comemorar a vamos embora que daqui a pouco nao ha mais areia, mais uns quilometros e o mesmo aconteceu a Varadero, felizmente ela contunuou a trabalhar. Ja com a noite a cair chegamos a uma aldeia de pescadores com a mare tao alta que nao permitia andar mais pela praia, cortamos caminho e fomos para o interior por pistas desconhecidas ate encontrar o asfalto. A pouca pressao dos pneus fez um pneu da frente descolar o que obrigou mais uma reparacao no local. Exaustos chegamos finalmente ao Alberge Sahara e depois de um saboroso banho fomos comemorar o inicio da verdadeira viagem no restaurante Bable ksar, umas cervejas sagres e uns mariscos deixaram_nos revigorados.
Dia 6
Hoje e dia de descanso, estamos todos doloridos, vamos fazer uma pequena revisao as motos arrumar as bagagens e conhecer a cidade, amanha esperamos arrancar cedo e entrar no Senegal, Inshalah
27.04.2005 - Miguel Casimiro
Dia 6
Saimos de Nouatchot. Fizemos umas pistas porreiras. Primeiro contacto com vida selvagem. Vimos uns facacheiros (tipo porco com cornos) e muita passarada tropical.
Fomos chulados na fronteira com o Senegal (para variar) pela policia e alfândega.
Chegamos a Saint Louis. Ficamos num camping chamado Zebra Bar, com uma vista paradisiaca.
Dia 7
Saimos de Saint Louis. A paisagem é espetacular. Ficamos à entrada de Dakar. Muita confusao e poluição. O hotel é razoável. Fomos Jantar a Dakar.
Dia 8
Passagem de barco para a Gãmbia. Fomos chulados novamente. Isto está-se a tornar rotineiro. Aqui fala-se Ingles. São brutos e mal educados. Não gostamos destes gaijos. Bora ainda hoje para o senegal. Ao menos à saída não nos "comeram". O sul parece muito mais amigável.
Dia 9
Estamos a deslocarmo-nos para este. Descobrimos um acampamento comunitario onde fazem um intercambio cultural com crianças francesas. Deixaram-nos acampar lá. Vimos os primeiros macacos nas arvores.
Dia 10
Chegamos à Guiné. As pessoas ficam espantadas à passagem da caravana. Ainda por cima escolhemos uma fronteira pouco cruzada. A maior parte nunca deve ter visto uma mota na vida.
Todos nos acenam. E quando dizemos que somos portugueses, dizem logo que somos "irmaos" ou "familia". Parece que estamos em casa. Quase todos falam portugues e são do Benfica ou doSporting. Seguem todos o nosso campeonato nacional de futebol... uns verdadeiros aficionados.
Ficamos numa residencial, que mais parece a casa da Familia Adams (apesar de ser a casa do presidente da junta). Optamos por dormir no alpendre onde estava mais fresco.
Dia 11
Saimos cedo. Chegamos a Bissau. Não podemos levar as motos para os Bijagós porque o unico barco disponivel, apesar de ser novo, já está avariado e a reparar em Dakar. Vamos ficar por aqui hoje. Amanha logo vemos o que fazemos.
03.05.2005 - Carlos Martins
At?ao Fim do Mundo
Já cá estou, saí de Bissau ontem no avião da Luxor, cheguei hoje às sete da manhã... vamos a ver se me entendo com isto dos blogues!
Deixei os outros três animados... no caminho para o aeroporto descobriram outro sítio animado com cerveja fresca :-)
Ao contrário do que as notícias do MNE possam deixar transparecer, Bissau esteve em festa no 1.º de Maio. Inteligentemente, a administração local dá tolerância de ponte na Segunda-Feira pelo feriado ter saído ao Domingo. De modo que a atmosfera é tranquila... há alguma conversa sobre as possibilidades de conflito ditadas pela corrida presidencial, mas não passa disso.
Hoje o Miguel Casimiro ia confirmar a reserva para regressar Sexta-Feira e o Teles e o Carlos Azevedo iam tentar contactar o comandante do navio para decidir se sempre regressam embarcados ou não.
Os três viajantes que sobram estão alojados na nova delegação Nomad's em Bissau! É a casa do João Russo, um Motard do Ocidente, daqueles motards dos costados todos, que tomou a iniciativa de se apresentar e nos recebeu generosamente e com todas as condições. Foi uma oferta utilíssima, uma vez que a casa tem reserva de água, gerador e sitío para guardar as motos, acreditem que alojamento em Bissau com estas condições não é nada barato!
Amanhã é dia de contentorizar as motos, espero que eles não caiam na tentação de vender a minha por lá!
Vou começar a dar um jeito nas fotos e amanhã tentarei actualizar o diário de viagem aqui no blog. A minha viagem já acabou mas está decidido, vamos mesmo até ao fim do mundo! A próxima já se desenha, há-de ser qualquer coisa como Dakar-Luanda!
Carlos Martins
4.05.2005 - Carlos Azevedo
Finalmente consegui vir a net ;-))))))
Depois de muitos preparativos finalmente conseguimos enfiar as motos no contentor da Transinsular. O processo foi mais ou menos complicado mas ja esta, gracas a grande ajuda do Sr Rabih da Transinsular e do despachante Ludjero a coisa ja esta despachada. Agora e esperar pelo navio que esta atrasado, estava previsto sair de Bissau a 6 mas ja se fala em 7 ou 8 de Maio :-) O Navio ainda nem sequer chegou ca e ninguem nos consegue confirmar o dia, isto e tudo muito calmo..... depois logo se ve...parece que e mesmo assim os horarios de navegacao
Optamos por colocar as motos ja no contentor hoje mesmo sem navio porque se a coisa aquecer por aqui pelo menos la estao seguras (esperemos...) Amanha o tribunal eleitoral vai anunciar os candidatos que podem concorrer a presidencia por isso amanha acaba a especulacao
Agora estamos a pe :-( mas ja nos desforramos no camarao e numas fresquinhas... a moto de Martins rendeu bem e agora em vez do ATUM e so lagostas :-).... por falar nisso Carlitos todos os dias brindamos a ti....
Ontem fomos a uma praia a uns 60 kms a norte de bissau por mais umas picadas bonitas, a praia e que nao era grande coisa mas pode ser que ainda de para ir as ilhas..... estamos a dar uma de turistas... a pouco fomos ao mercado ver os artefactos e logo mais um joge de futebol que por aqui e quase uma cerimonia religiosa... parece que combinaram de proposito....todos os dias ha um jogo bom ;-)
Acho que e tudo... aconteceram algumas outras coisa mas nada de importante.... o Teles foi atacado por um rinoceronte que lhe acabou com a mala de vez.... fizemos uma de fita cola americana.... e o Casimiro furou outra vez a roda de tras....desta vez pisou um jacare...mas ja ta tudo resolvido...
O pessoal por ai nao se preocupe...isto aqui esta calmo, a televisao exagera muito... ninguem aqui esta muito preocupado, alem disso por aqui somos importantes ;-) todos os dias falam de nos na radio :-))) somos conhecidos vem pessoal comprimentar que nem conhecemos e tratam-nos pelo nome e tudo...se existir por aqui uma quinta das celebridades somos fortes candidatos :-))))
Cumprimentos a todos.
Abracos
(PS o teclado naum tem acentos :-)
5.05.2005 - Carlos Martins
Cumé?! Cumo vo sta do corpu? Tudo bom?!!!
Ainda estou curioso com essa história de carregar as motos e de andarem a comer lagostas à conta dos lucros proporcionados pela Adventure. Como é que fizeram? Alugaram à hora? :-) Ou venderam peças? :-) Outra questão... o que é que arranjaram para acabar de encher o contentor? Gazelles? :-)
Já foram ao Papa-Louca?
Bem... portem-se bem, não exagerem na cerveja e amanhã demonstrem claramente que não têm preferência eleitoral. E já sabem... se isso aquecer muito, arranjo aqui um avião para ir buscar as motos :-).
Não tive ainda vagar para blogar isto como deve ser. Já fiz dois serões de volta das fotos mas aviso já que a coisa não promete. Passei boa parte do tempo a fotografar a 1600 ISO em plena luz do sol :-).
Abraços e cumprimentos ao pessoal daí!
Carlos Martins
6.05.2005 - Carlos Martins
Mas não estão grande coisa :-(. Esta não foi uma viagem fotográfica... por um lado tive alguma daquela preguiça de fotografar que nos atinge às vezes, por outro, meti mesmo os pés e andei a brincar com a sensibilidade da máquina. Já me tinha acontecido o ano passado na Mauritânia, mas quando um gajo não nasce fotógrafo... não há nada a fazer.
Ainda há outro aspecto a considerar. É que em todo o percurso de Marrocos para Sul, penso que não tivemos mais de 200 metros de desnível de cotas. São países com suaves colinas, e se bem que a paisagem deslumbre, torna-se difícil de captar em foto. Bem... chega de desculpas. Aqui fica uma:
A ideia é fazermos um mix de todas e uma selecção limpinha para figurar no smug Nomad's : www.nomads.smugmug.com
Quando puderem digam qq coisa sobre o vosso regresso.
Um abraço do lado de cá!
Carlos Martins
7.05.2005 - Carlos Azevedo
Depois de algumas alterações de ultima hora provocadas pelo atraso na partida do navio e da crescente tensão na Guine, optamos por regressar todos de avião. Chegamos ontem a Lisboa.
As motos ficaram já vistoriadas, despachadas e embarcadas ontem há noite e se tudo correr bem chegam daqui a 10 dias a Lisboa. Aí sim esta etapa do projecto "Ate ao fim do Mundo" chega ao fim e podemos começar a pensar na próxima etapa.
Os últimos dias em Bissau foram algo monótonos, sem motos desde quarta feira, aproveitamos para andar pela cidade. Apesar de muito bonita a cidade está muito degradada, tudo o que se estraga não se arranja, e muitos são ainda os edifícios que estão marcados com as balas e morteiros da ultima guerra. Os buracos nas ruas são inacreditáveis e a escuridão total da cidade só interrompida pelo som dos geradores. Apesar da escuridão a noite e movimentada, em todas as esquinas vende-se caju, amendoim, sumos, ovos e sandes. Tudo isso contribui para uma atmosfera única nesta cidade. Sem duvida de todas as cidades que esta viagem visitou esta é a mais agradável. Praticamente todas as construções são dos anos 60, vivendas bonitas com grandes jardins e ruas largas ladeadas arvores carregadas de mangas. Mesmo degradadas e muitas delas abandonadas impressionam, esta deve ter sido uma cidade magnifica no seu auge.
Visitamos o Mercado Central e o mercado do Bandim, este ultimo é o maior da Guiné e muito semelhante à Medina de Fez em Marrocos, ruas estreitas cobertas com canas, cheiros intensos e tudo o que se pode imaginar é comercializado ali num movimento permanente.
Apesar do aumento de militares nas ruas e de se notar alguma tensão no ar, os Guinenses permanecem muito tranquilos, dizem que já estão habituados, que a culpa da instabilidade é de meia dúzia de "cabeçudos" que vivem à porrada por conseguir mais poder. Apesar de bastante rica a Guiné Bissau esta na mão dessa meia dúzia e não fosse a quantidade absurda de frutos e terra fértil e os problemas seriam bem mais graves. A grande maioria do povo não quer saber da política, todos são unanimes de dizer que a guerra é a pior coisa que pode acontecer há Guiné. Vamos fazer figas para que tudo corra bem e a Guiné possa crescer e estável e saudável sem conflitos, o povo fantástico deste país merece.
10.05.2005 - Carlos Azevedo
Todos já voltámos ao trabalho e à rotina diária. Mesmo super atarefados todos continuamos muito angustiados com a ausência das nossas motos.
Enviar as motos de navio é uma experiência nova para nós e quando não se tem outra moto para ir matando saudades a coisa fica mais difícil ainda.
Acabei de falar com a Transinsular e tudo parece estar a correr como o previsto e em principio o Remo II chega a Lisboa no próximo domingo. O pouco tempo livre disponível está a servir para a actualização da galeria fotográfica e do relato, dentro de alguns dias já devem estar algumas imagens online.
Dia 6
Saimos de Nouatchot. Fizemos umas pistas porreiras. Primeiro contacto com vida selvagem. Vimos uns facacheiros (tipo porco com cornos) e muita passarada tropical.
Fomos chulados na fronteira com o Senegal (para variar) pela policia e alfândega.
Chegamos a Saint Louis. Ficamos num camping chamado Zebra Bar, com uma vista paradisiaca.
Dia 7
Saimos de Saint Louis. A paisagem é espetacular. Ficamos à entrada de Dakar. Muita confusao e poluição. O hotel é razoável. Fomos Jantar a Dakar.
Dia 8
Passagem de barco para a Gãmbia. Fomos chulados novamente. Isto está-se a tornar rotineiro. Aqui fala-se Ingles. São brutos e mal educados. Não gostamos destes gaijos. Bora ainda hoje para o senegal. Ao menos à saída não nos "comeram". O sul parece muito mais amigável.
Dia 9
Estamos a deslocarmo-nos para este. Descobrimos um acampamento comunitario onde fazem um intercambio cultural com crianças francesas. Deixaram-nos acampar lá. Vimos os primeiros macacos nas arvores.
Dia 10
Chegamos à Guiné. As pessoas ficam espantadas à passagem da caravana. Ainda por cima escolhemos uma fronteira pouco cruzada. A maior parte nunca deve ter visto uma mota na vida.
Todos nos acenam. E quando dizemos que somos portugueses, dizem logo que somos "irmaos" ou "familia". Parece que estamos em casa. Quase todos falam portugues e são do Benfica ou doSporting. Seguem todos o nosso campeonato nacional de futebol... uns verdadeiros aficionados.
Ficamos numa residencial, que mais parece a casa da Familia Adams (apesar de ser a casa do presidente da junta). Optamos por dormir no alpendre onde estava mais fresco.
Dia 11
Saimos cedo. Chegamos a Bissau. Não podemos levar as motos para os Bijagós porque o unico barco disponivel, apesar de ser novo, já está avariado e a reparar em Dakar. Vamos ficar por aqui hoje. Amanha logo vemos o que fazemos.
18 de Maio 2005 - Carlos Azevedo
Finalmente e depois de uma semana angustiante esta etapa do projecto "Até ao Fim do Mundo" chegou ao fim. Ontem chegou o navio Remo II que transportava as motos. Chegaram em prefeitas condições e mais uma vez a ajuda da Transinsular foi preciosa nas burocracias intermináveis de alfândega e descontentorização.
Hoje foi o dia em que formalmente acabou a viagem, fomos recolher o cheque caução necessário para os carnet's e estamos finalmente descansados.
Agora venha a próxima....
Nos próximos dias o Carlos Martins continuará a actualizar o diário com todos os pormenores da viagem.
10 de maio de 2005 - Carlos Azevedo
Todos já voltámos ao trabalho e à rotina diária. Mesmo super atarefados todos continuamos muito angustiados com a ausência das nossas motos.
Enviar as motos de navio é uma experiência nova para nós e quando não se tem outra moto para ir matando saudades a coisa fica mais difícil ainda.
Acabei de falar com a Transinsular e tudo parece estar a correr como o previsto e em principio o Remo II chega a Lisboa no próximo domingo. O pouco tempo livre disponível está a servir para a actualização da galeria fotográfica e do relato, dentro de alguns dias já devem estar algumas imagens online.
7 de Maio de 2005 - Carlos Azevedo
Depois de algumas alterações de ultima hora provocadas pelo atraso na partida do navio e da crescente tensão na Guine, optamos por regressar todos de avião. Chegamos ontem a Lisboa.
As motos ficaram já vistoriadas, despachadas e embarcadas ontem há noite e se tudo correr bem chegam daqui a 10 dias a Lisboa. Aí sim esta etapa do projecto "Ate ao fim do Mundo" chega ao fim e podemos começar a pensar na próxima etapa.
Os últimos dias em Bissau foram algo monótonos, sem motos desde quarta feira, aproveitamos para andar pela cidade. Apesar de muito bonita a cidade está muito degradada, tudo o que se estraga não se arranja, e muitos são ainda os edifícios que estão marcados com as balas e morteiros da ultima guerra. Os buracos nas ruas são inacreditáveis e a escuridão total da cidade só interrompida pelo som dos geradores. Apesar da escuridão a noite e movimentada, em todas as esquinas vende-se caju, amendoim, sumos, ovos e sandes. Tudo isso contribui para uma atmosfera única nesta cidade. Sem duvida de todas as cidades que esta viagem visitou esta é a mais agradável. Praticamente todas as construções são dos anos 60, vivendas bonitas com grandes jardins e ruas largas ladeadas arvores carregadas de mangas. Mesmo degradadas e muitas delas abandonadas impressionam, esta deve ter sido uma cidade magnifica no seu auge.
Visitamos o Mercado Central e o mercado do Bandim, este ultimo é o maior da Guiné e muito semelhante à Medina de Fez em Marrocos, ruas estreitas cobertas com canas, cheiros intensos e tudo o que se pode imaginar é comercializado ali num movimento permanente.
Apesar do aumento de militares nas ruas e de se notar alguma tensão no ar, os Guinenses permanecem muito tranquilos, dizem que já estão habituados, que a culpa da instabilidade é de meia dúzia de "cabeçudos" que vivem à porrada por conseguir mais poder. Apesar de bastante rica a Guiné Bissau esta na mão dessa meia dúzia e não fosse a quantidade absurda de frutos e terra fértil e os problemas seriam bem mais graves. A grande maioria do povo não quer saber da política, todos são unanimes de dizer que a guerra é a pior coisa que pode acontecer há Guiné. Vamos fazer figas para que tudo corra bem e a Guiné possa crescer e estável e saudável sem conflitos, o povo fantástico deste país merece.