Mensagens durante a viagem - Arquivo

14.04.2005 - Carlos Azevedo Ontem teve lugar a ultima reunião antes da partida. Ficou definida a hora e local da partida (1ª estação de serviço da A2, sentido N-S às 08 horas). A rota foi novamente discutida mas todos fomos unânimes em concordar que a rota final ficará definida pelo desenrolar da viagem. O objectivo é ir com calma, passar por Marrocos e pelo Sahara Ocidental rapidamente, e guardar o maior tempo possível para o Sul da Mauritânia, o Senegal e a Gambia. Depois da fronteira do Senegal analisaremos o tempo restante e aí decidimos para onde ir. Para já está desenhada uma rota que segue para Sul pela costa até Dakar. Depois “sobe” o rio Gambia por várias reservas naturais do país com o mesmo nome e volta a entrar no Senegal a Este na direcção da maior Reserva Natural do País, o Parque Niokolo-Koba. Perto da fronteira com o Mali iniciamos o regresso para Oeste atravessando toda a região de Casamance até ao Atlântico. Aí depois de um dia de descanso na praia entraremos na Guiné directos para Bissau onde vamos averiguar todas as necessidades alfandegárias. Se tudo correr bem vão sobrar 4 ou 5 dias para rodar pela Guiné, antes de embarcar. Ainda durante a reunião foram organizadas as divisões de tarefas e de bagagem. Os pneus foram distribuídos e o resto da noite foi passado a adaptar umas malas de alumínio na Varadero do Miguel. 16.04.2005 - Luis Lourenço Já estão na estrada! Não foi bem às 8 horas, houve ainda que repescar um documento esquecido, ainda bem que não foi no Sahara Ocidental... Eram 10 horas quando os nossos amigos saíram da Área de Serviço do Fogueteiro na AE2, mantendo o objectivo de ir dormir já hoje a terras marroquinas. Curioso o facto de o Até ao Fim do Mundo se iniciar com a etapa Lisboa - Dakar - Bissau precisamente quando é anunciada uma espectacular notícia para o todo-o-terreno nacional: o mítico Dakar sai em 2006 de Lisboa! Lisboa - Dakar 2006 !!! Ficam aqui as primeiras fotos que marcam o início desta grande aventura. Esperemos que existam condições técnicas durante a viagem para termos muitas mais. E então onde é que está a fotografia formal da partida? Não há, as nossas estrelas -viajantes não vão nessas saloiadas, o paparazzi colocou-se estrategicamente... mas foi bem enganado! 16.04.2005 - Carlos Azevedo Finalmente saímos… Eram perto das 8 horas quando saí de casa e deparei com o Luis Carlos a porta da garagem. O Casimiro para não variar tentava enfiar à ultima hora toda a bagagem nas novas malas. Não fosse o Luis ter notado e ele tinha partido sem o tampão do óleo!! Já a caminho da estação de serviço eu e o Luis perdemos o Casimiro de vista, mais tarde e depois de encontrar o pessoal que tinha ido despedir-se de nós na estação de serviço soube que se tinha esquecido do carnet…. Enfim é o Casimiro, não é preciso dizer mais nada ;-) O Luis Lourenço, Carlos Cordeiro, o Nuno César, o Luis Carlos e alguns outros amigos foram despedir-se de nós e já com algum atraso saímos ao encontro do Teles que esperava por nós em Alcácer do Sal. Rapidamente fizemo-nos ao caminho mas poucos quilómetros mais uma avaria do Casimiro, em vez de virar para Beja seguiu em frente em direcção ao Algarve…. Um telefonema resolveu o assunto, ele seguiria por Vila real de St Antonio e nós tal como é hábito seguiríamos pelas curvas de Rozal de la Frontera, marcámos encontro em Sevilha. O trajecto foi feito rapidamente e pouco tempo depois estávamos em Sevilha a almoçar fast-food. O Casimiro não aparecia e acabámos por marcar o reencontro no Porto de Tarifa, assim sempre poderíamos ir adiantando as burocracias para a primeira fronteira. Chegados ao Porto de Tarifa contactamos a Guardia Civil para saber do procedimento dos carnet’s. Foi-nos dito que não havia problema, a alfandega abria meia hora antes do navio partir e eles carimbariam os carnet’s. Este procedimento é muito importante pois regista a saída das motos do espaço Europeu e sem este carimbo é muito complicado depois resgatar as motos da alfandega no regresso. Tranquilos comprámos os bilhetes e fomos petiscar umas tapas para a vila, já com o Casimiro que entretanto tinha chegado. Meia hora antes da partida lá estávamos nós na alfandega para carimbar os carnet’s e eis que surge o primeiro contratempo da viagem. A Alfandega de Tarifa não pode carimbar Carnet por não ser considerada uma fronteira principal, teríamos de ir a Algeciras. Obviamente ficamos bastante aborrecidos e deixámos isso bem claro ao responsável da alfandega local. Depois de alguma discussão o chefe da guarda Civil foi ao guiché dos bilhetes e acabámos por ser reembolsados do valor já pago. Rapidamente seguimos para Algeciras, mas esta situação roubou-nos 3 horas que dariam muito jeito para chegar o mais a Sul de Marrocos possível. Acabámos por apanhar um ferry dos mais lentos que demorou mais 3 horas para atravessar para Tanger. Para acabar bem o dia a fronteira de Marrocos foi algo demorada, os carnets atrasaram um pouco a coisa e era já perto da meia noite quando saímos na direcção de Larache. Acabámos por ficar num parque de Campismo poucos quilómetros antes de começar a Auto Estrada para Casablanca. 17.04.2005 - Carlos Azevedo Este dia não teve muita historia, saímos relativamente cedo e animados e rapidamente chegámos ao fim da Auto Estrada a caminho de Marraquesh. À parte de uns burros a atravessar a AE e umas manchas de gasóleo XXL nada de interessante. Como o inicio da estrada nacional a coisa ficou mais interessante. O País estava enfeitado, as rotundas e entradas das cidades estavam repletas de bandeiras e realmente cada vez Marrocos está mais “europeu”. Chegámos cedo a Marraquesh, almoçamos e conversamos para decidir se ficaríamos por ali ou seguiríamos para Agadir, afinal ainda tínhamos tempo de chegar lá de dia e o tempo estava bom. Barriguinha cheia e seguimos caminho para Sul. A travessias das montanhas do Atlas são sempre espectaculares, ainda para mais num fim de dia limpo como foi o caso. As curvas puxam por nós e com a aderência dos Continental e motos carregadas é uma delicia serpentear por aqueles desfiladeiros. De um vale para outro nota-se perfeitamente as variações de temperatura, e chega mesmo a ser necessário vestir mais um casaco. O sol vai caindo e a planície imensa já nos mostra Agadir, logo na entrada encontramos um Motel com bom aspecto e sem esperar mais instalamo-nos. Banhinho tomado e refrescados seguimos para o boulevard em busca de restaurante. Esta é uma cidade marroquina completamente atípica, os edifícios altos e os hotéis sumptuosos substituíram os kasbahs e as medinas. Chega a ser difícil encontrar um restaurante marroquino no meio de tantas pizzarias e caffés. Um reclame que sugeria brochettes chamou a atenção e acabámos por escolher o restaurante Chez Mimi, o único restaurante marroquino daquela avenida. A escolha revelou-se acertada, o peixe grelhado estava divinal e acabou até por ser em conta, acabamos por descobrir à posteriori que era recomendado pelos principais guias de viagens. Se passarem por Agadir visitem o Chez Mimi que vale a pena. 18.04.2005 - Carlos Azevedo Arrancámos cedo de Agadir e rapidamente passámos por Tan Tan e Laayonne. O vento forte tem acompanhado a viagem, apanha-nos de lado e chega a ser visível o desgaste desigual dos dois lados do pneu. São horas de lado na moto a comer areia atirada a nós violentamente, felizmente em alguns troços o rumo acompanha o a direcção do vento e dá para descansar um bocadinho. Chega a ser confortável o silencio e o descanso de ter o vento pelas costas. Este é um companheiro que já esperávamos e que vai nos acompanhar até ao fim do Sahara. Almoçamos numa arriba com vista para o mar, aproveitamos uma casa abandonada para o primeiro piquenique da viagem, comemos ATUM!!!! como na faina. Aliás este slogan passou a ser o grito de guerra desta expedição, sempre que montavamos na moto, vamos pá FAINA!! Felizmente desta vez vim prevenido e trouxe o capacete fechado e o passa-montanhas, o vento continuo e a maresia provoca dores nos ouvidos e má visibilidade, os olhos estão sempre cheios de areia e chega a ser dificil de respirar. Com um bom capacete e um passa-montanhas estamos bem isolados e atenuamos essas dificuldades, mas mesmo assim não conseguimos evitar as dores lombares de um esforço constante para manter a moto direita. Estamos agora no cabo Bojador (Boudjour), vamos ficar no Hotel Perle de la mer e encontramos outra tasca para comer o já conhecido hambúrguer de camelo. Amanha entramos na Mauritânia, a ver se chegamos à praia para passar a noite, vai depender da demora na travessia da fronteira e da tal estrada que está em construção. Esta tudo a correr bem e estamos todos bem dispostos, apesar dos cocxis doridos e de estarmos fartos de asfalto já fizemos 2400 kms e faltam 600kms para chegar a Mauritânia. p.s. desculpem os erros mas este teclado e árabe, hehehe 19.04.2005 - Carlos Azevedo Mais uma vez acordamos cedo, começa a ser um habito levantar com o nascer do sol. A distancia entre o Bojador e o Barbas (a ultima estação de serviço no Sahara Ocidental) foi percorrida rapidamente. Apenas uma paragem para reabastecimento e a obrigatória paragem para a comemoração de mais uma passagem pelo trópico de cançer. Como tem vindo a ser hábito ao "monumento" iniciado por amigos do Fórum TT foram acrescentadas algumas pedras e umas recordações pessoais. Uma das surpresas desta viagem foi o reduzido numero de controles militares na região do Sahara Ocidental em relação ao ano passado. Em 2004 levámos 35 "fiches" (fotocopias de passaporte com os dados da moto e dados pessoais) para agilizar a passagem desses controles, todos na altura achámos que era um numero exagerado, mas o certo é que antes de sair do território já estavam esgotadas. Desta vez se gastámos 7 ou 8 fichas em toda a travessia do Sahara foi muito, há menos controles e alguns só fazem perguntas, nem é preciso apresentar os documentos. Em contrapartida nas imediações de Dakla continua a ser complicado conseguir gasolina, existem vários postos de abastecimento mas muitos deles não tem combustível. Do Bojador para sul convém atestar sempre que seja possível para precaver algum dissabor, especialmente se forem de moto. Chegámos ao Barbas ainda antes de almoço, atestamos as motos e achamos por bem almoçar na fronteira enquanto esperávamos pelas burocracias. Todos os recipientes foram atestados, ao todo os quatro deveríamos levar qualquer coisa como 170 litros de gasolina e uns 20 litros de agua, o necessário para percorrer os 600 quilómetros até Nouackshout. O Barbas entretanto tem vindo a crescer, agora para alem do hotel e restaurante tem também um prático supermercado com muita variedade de produtos úteis em viagens deste género, qualquer esquecimento pode ser resolvido ali mesmo. Para nosso espanto a saída de Marrocos foi muito rápida, em pouco menos de 15 minutos estávamos na terra de ninguém, finalmente acabou o asfalto!!. Esta fatia de terra entre Marrocos e a Mauritania está fortemente minada e é sempre com muito cuidado que atravessamos estes quilómetros, qualquer saída de pista pode resultar em acidente fatal. O problema e que muitas das zonas desta pista são de areia muito revolvida e com motos cheias de bagagem e combustível a progressão é sempre complicada, especialmente depois de muitos dias de asfalto. GPS na resolução máxima e alguns atascanços depois chega as instalações da policia da Mauritania e lá se vão os primeiros 20 euros (5 de cada um). Passamos à aduana e mais 10 euros cada um, os carnets parece que agilizaram a coisa, foram carimbados e se não fosse alguns problemas com a quantidade de dinheiro declarado e em 5 minutinhos estávamos de novo na estrada. O problema é que fizemos uma declaração para os 4 onde referimos que levávamos 150 euros, eles desconfiaram e toca de revistar o pessoal, felizmente que tínhamos o dinheiro distribuído por vários locais e não o acharam todo. Acabamos por declarar 650 euros para os quatro e seguir viagem sem problemas. Desde o posto fronteiriço até Nouadhibou já está tudo asfaltado, na transposição da linha d caminho de ferro que marca o final do campo minado seguimos para leste e pouco depois acabou o asfalto. A Varadero fez uma birra, durante um tempo não passava das 3000rpm, mas tal como começou a birra assim terminou e sem mais explicações ficou como nova e seguiu viagem. Acabámos por encontrar uma acácia que nos refugiava do vento que não dava descanso e montámos acampamento umas centenas de metros a sul da pista. 21.04.2005 - Miguel Casimiro Chegamos ontem a capital da Mauritania. Dia 4 Saimos de Bojador cedo, e optamos por almocar ja na fronteira de Marrocos, pelo caminho abastecemos no Barbar todos os recipientes de gasolina e agua. A entrada na Mauritania foi sem problemas, uma hora e 25 euros depois ja estavamos a caminho do Sul, pouco depois encontramos uma acacia que nos serviu de abrigo para montar acampamento. Dia 5 O dia foi muito cansativo e sempre com vento muito forte. Devem rondar os 36 graus e o vento e permanente. Como bons Nomads ontem acampamos no meio do mato e depois de almoco ja na praia, arrancamos praia fora. Mais uma vez fomos mal informados e apanhamos com a mare a subir. Ja com pouca areia por onde escolher e a 40km de Nouakchout uma onda mais potente engoliu uma GS que fez birra durante umas horas ate voltar a trabalhar. Apoio satelite do joao Rodrigues e mestria do Carlos Martins e a moto foi desmanchada ali mesmo e finalmente voltou a roncar. Alegria geral, verylight para comemorar a vamos embora que daqui a pouco nao ha mais areia, mais uns quilometros e o mesmo aconteceu a Varadero, felizmente ela contunuou a trabalhar. Ja com a noite a cair chegamos a uma aldeia de pescadores com a mare tao alta que nao permitia andar mais pela praia, cortamos caminho e fomos para o interior por pistas desconhecidas ate encontrar o asfalto. A pouca pressao dos pneus fez um pneu da frente descolar o que obrigou mais uma reparacao no local. Exaustos chegamos finalmente ao Alberge Sahara e depois de um saboroso banho fomos comemorar o inicio da verdadeira viagem no restaurante Bable ksar, umas cervejas sagres e uns mariscos deixaram_nos revigorados. Dia 6 Hoje e dia de descanso, estamos todos doloridos, vamos fazer uma pequena revisao as motos arrumar as bagagens e conhecer a cidade, amanha esperamos arrancar cedo e entrar no Senegal, Inshalah 27.04.2005 - Miguel Casimiro Dia 6 Saimos de Nouatchot. Fizemos umas pistas porreiras. Primeiro contacto com vida selvagem. Vimos uns facacheiros (tipo porco com cornos) e muita passarada tropical. Fomos chulados na fronteira com o Senegal (para variar) pela policia e alfândega. Chegamos a Saint Louis. Ficamos num camping chamado Zebra Bar, com uma vista paradisiaca. Dia 7 Saimos de Saint Louis. A paisagem é espetacular. Ficamos à entrada de Dakar. Muita confusao e poluição. O hotel é razoável. Fomos Jantar a Dakar. Dia 8 Passagem de barco para a Gãmbia. Fomos chulados novamente. Isto está-se a tornar rotineiro. Aqui fala-se Ingles. São brutos e mal educados. Não gostamos destes gaijos. Bora ainda hoje para o senegal. Ao menos à saída não nos "comeram". O sul parece muito mais amigável. Dia 9 Estamos a deslocarmo-nos para este. Descobrimos um acampamento comunitario onde fazem um intercambio cultural com crianças francesas. Deixaram-nos acampar lá. Vimos os primeiros macacos nas arvores. Dia 10 Chegamos à Guiné. As pessoas ficam espantadas à passagem da caravana. Ainda por cima escolhemos uma fronteira pouco cruzada. A maior parte nunca deve ter visto uma mota na vida. Todos nos acenam. E quando dizemos que somos portugueses, dizem logo que somos "irmaos" ou "familia". Parece que estamos em casa. Quase todos falam portugues e são do Benfica ou doSporting. Seguem todos o nosso campeonato nacional de futebol... uns verdadeiros aficionados. Ficamos numa residencial, que mais parece a casa da Familia Adams (apesar de ser a casa do presidente da junta). Optamos por dormir no alpendre onde estava mais fresco. Dia 11 Saimos cedo. Chegamos a Bissau. Não podemos levar as motos para os Bijagós porque o unico barco disponivel, apesar de ser novo, já está avariado e a reparar em Dakar. Vamos ficar por aqui hoje. Amanha logo vemos o que fazemos. 03.05.2005 - Carlos Martins At?ao Fim do Mundo Já cá estou, saí de Bissau ontem no avião da Luxor, cheguei hoje às sete da manhã... vamos a ver se me entendo com isto dos blogues! Deixei os outros três animados... no caminho para o aeroporto descobriram outro sítio animado com cerveja fresca :-) Ao contrário do que as notícias do MNE possam deixar transparecer, Bissau esteve em festa no 1.º de Maio. Inteligentemente, a administração local dá tolerância de ponte na Segunda-Feira pelo feriado ter saído ao Domingo. De modo que a atmosfera é tranquila... há alguma conversa sobre as possibilidades de conflito ditadas pela corrida presidencial, mas não passa disso. Hoje o Miguel Casimiro ia confirmar a reserva para regressar Sexta-Feira e o Teles e o Carlos Azevedo iam tentar contactar o comandante do navio para decidir se sempre regressam embarcados ou não. Os três viajantes que sobram estão alojados na nova delegação Nomad's em Bissau! É a casa do João Russo, um Motard do Ocidente, daqueles motards dos costados todos, que tomou a iniciativa de se apresentar e nos recebeu generosamente e com todas as condições. Foi uma oferta utilíssima, uma vez que a casa tem reserva de água, gerador e sitío para guardar as motos, acreditem que alojamento em Bissau com estas condições não é nada barato! Amanhã é dia de contentorizar as motos, espero que eles não caiam na tentação de vender a minha por lá! Vou começar a dar um jeito nas fotos e amanhã tentarei actualizar o diário de viagem aqui no blog. A minha viagem já acabou mas está decidido, vamos mesmo até ao fim do mundo! A próxima já se desenha, há-de ser qualquer coisa como Dakar-Luanda! Carlos Martins 4.05.2005 - Carlos Azevedo Finalmente consegui vir a net ;-)))))) Depois de muitos preparativos finalmente conseguimos enfiar as motos no contentor da Transinsular. O processo foi mais ou menos complicado mas ja esta, gracas a grande ajuda do Sr Rabih da Transinsular e do despachante Ludjero a coisa ja esta despachada. Agora e esperar pelo navio que esta atrasado, estava previsto sair de Bissau a 6 mas ja se fala em 7 ou 8 de Maio :-) O Navio ainda nem sequer chegou ca e ninguem nos consegue confirmar o dia, isto e tudo muito calmo..... depois logo se ve...parece que e mesmo assim os horarios de navegacao Optamos por colocar as motos ja no contentor hoje mesmo sem navio porque se a coisa aquecer por aqui pelo menos la estao seguras (esperemos...) Amanha o tribunal eleitoral vai anunciar os candidatos que podem concorrer a presidencia por isso amanha acaba a especulacao Agora estamos a pe :-( mas ja nos desforramos no camarao e numas fresquinhas... a moto de Martins rendeu bem e agora em vez do ATUM e so lagostas :-).... por falar nisso Carlitos todos os dias brindamos a ti.... Ontem fomos a uma praia a uns 60 kms a norte de bissau por mais umas picadas bonitas, a praia e que nao era grande coisa mas pode ser que ainda de para ir as ilhas..... estamos a dar uma de turistas... a pouco fomos ao mercado ver os artefactos e logo mais um joge de futebol que por aqui e quase uma cerimonia religiosa... parece que combinaram de proposito....todos os dias ha um jogo bom ;-) Acho que e tudo... aconteceram algumas outras coisa mas nada de importante.... o Teles foi atacado por um rinoceronte que lhe acabou com a mala de vez.... fizemos uma de fita cola americana.... e o Casimiro furou outra vez a roda de tras....desta vez pisou um jacare...mas ja ta tudo resolvido... O pessoal por ai nao se preocupe...isto aqui esta calmo, a televisao exagera muito... ninguem aqui esta muito preocupado, alem disso por aqui somos importantes ;-) todos os dias falam de nos na radio :-))) somos conhecidos vem pessoal comprimentar que nem conhecemos e tratam-nos pelo nome e tudo...se existir por aqui uma quinta das celebridades somos fortes candidatos :-)))) Cumprimentos a todos. Abracos (PS o teclado naum tem acentos :-) 5.05.2005 - Carlos Martins Cumé?! Cumo vo sta do corpu? Tudo bom?!!! Ainda estou curioso com essa história de carregar as motos e de andarem a comer lagostas à conta dos lucros proporcionados pela Adventure. Como é que fizeram? Alugaram à hora? :-) Ou venderam peças? :-) Outra questão... o que é que arranjaram para acabar de encher o contentor? Gazelles? :-) Já foram ao Papa-Louca? Bem... portem-se bem, não exagerem na cerveja e amanhã demonstrem claramente que não têm preferência eleitoral. E já sabem... se isso aquecer muito, arranjo aqui um avião para ir buscar as motos :-). Não tive ainda vagar para blogar isto como deve ser. Já fiz dois serões de volta das fotos mas aviso já que a coisa não promete. Passei boa parte do tempo a fotografar a 1600 ISO em plena luz do sol :-). Abraços e cumprimentos ao pessoal daí! Carlos Martins 6.05.2005 - Carlos Martins Mas não estão grande coisa :-(. Esta não foi uma viagem fotográfica... por um lado tive alguma daquela preguiça de fotografar que nos atinge às vezes, por outro, meti mesmo os pés e andei a brincar com a sensibilidade da máquina. Já me tinha acontecido o ano passado na Mauritânia, mas quando um gajo não nasce fotógrafo... não há nada a fazer. Ainda há outro aspecto a considerar. É que em todo o percurso de Marrocos para Sul, penso que não tivemos mais de 200 metros de desnível de cotas. São países com suaves colinas, e se bem que a paisagem deslumbre, torna-se difícil de captar em foto. Bem... chega de desculpas. Aqui fica uma: A ideia é fazermos um mix de todas e uma selecção limpinha para figurar no smug Nomad's : www.nomads.smugmug.com Quando puderem digam qq coisa sobre o vosso regresso. Um abraço do lado de cá! Carlos Martins 7.05.2005 - Carlos Azevedo Depois de algumas alterações de ultima hora provocadas pelo atraso na partida do navio e da crescente tensão na Guine, optamos por regressar todos de avião. Chegamos ontem a Lisboa. As motos ficaram já vistoriadas, despachadas e embarcadas ontem há noite e se tudo correr bem chegam daqui a 10 dias a Lisboa. Aí sim esta etapa do projecto "Ate ao fim do Mundo" chega ao fim e podemos começar a pensar na próxima etapa. Os últimos dias em Bissau foram algo monótonos, sem motos desde quarta feira, aproveitamos para andar pela cidade. Apesar de muito bonita a cidade está muito degradada, tudo o que se estraga não se arranja, e muitos são ainda os edifícios que estão marcados com as balas e morteiros da ultima guerra. Os buracos nas ruas são inacreditáveis e a escuridão total da cidade só interrompida pelo som dos geradores. Apesar da escuridão a noite e movimentada, em todas as esquinas vende-se caju, amendoim, sumos, ovos e sandes. Tudo isso contribui para uma atmosfera única nesta cidade. Sem duvida de todas as cidades que esta viagem visitou esta é a mais agradável. Praticamente todas as construções são dos anos 60, vivendas bonitas com grandes jardins e ruas largas ladeadas arvores carregadas de mangas. Mesmo degradadas e muitas delas abandonadas impressionam, esta deve ter sido uma cidade magnifica no seu auge. Visitamos o Mercado Central e o mercado do Bandim, este ultimo é o maior da Guiné e muito semelhante à Medina de Fez em Marrocos, ruas estreitas cobertas com canas, cheiros intensos e tudo o que se pode imaginar é comercializado ali num movimento permanente. Apesar do aumento de militares nas ruas e de se notar alguma tensão no ar, os Guinenses permanecem muito tranquilos, dizem que já estão habituados, que a culpa da instabilidade é de meia dúzia de "cabeçudos" que vivem à porrada por conseguir mais poder. Apesar de bastante rica a Guiné Bissau esta na mão dessa meia dúzia e não fosse a quantidade absurda de frutos e terra fértil e os problemas seriam bem mais graves. A grande maioria do povo não quer saber da política, todos são unanimes de dizer que a guerra é a pior coisa que pode acontecer há Guiné. Vamos fazer figas para que tudo corra bem e a Guiné possa crescer e estável e saudável sem conflitos, o povo fantástico deste país merece. 10.05.2005 - Carlos Azevedo Todos já voltámos ao trabalho e à rotina diária. Mesmo super atarefados todos continuamos muito angustiados com a ausência das nossas motos. Enviar as motos de navio é uma experiência nova para nós e quando não se tem outra moto para ir matando saudades a coisa fica mais difícil ainda. Acabei de falar com a Transinsular e tudo parece estar a correr como o previsto e em principio o Remo II chega a Lisboa no próximo domingo. O pouco tempo livre disponível está a servir para a actualização da galeria fotográfica e do relato, dentro de alguns dias já devem estar algumas imagens online. Dia 6 Saimos de Nouatchot. Fizemos umas pistas porreiras. Primeiro contacto com vida selvagem. Vimos uns facacheiros (tipo porco com cornos) e muita passarada tropical. Fomos chulados na fronteira com o Senegal (para variar) pela policia e alfândega. Chegamos a Saint Louis. Ficamos num camping chamado Zebra Bar, com uma vista paradisiaca. Dia 7 Saimos de Saint Louis. A paisagem é espetacular. Ficamos à entrada de Dakar. Muita confusao e poluição. O hotel é razoável. Fomos Jantar a Dakar. Dia 8 Passagem de barco para a Gãmbia. Fomos chulados novamente. Isto está-se a tornar rotineiro. Aqui fala-se Ingles. São brutos e mal educados. Não gostamos destes gaijos. Bora ainda hoje para o senegal. Ao menos à saída não nos "comeram". O sul parece muito mais amigável. Dia 9 Estamos a deslocarmo-nos para este. Descobrimos um acampamento comunitario onde fazem um intercambio cultural com crianças francesas. Deixaram-nos acampar lá. Vimos os primeiros macacos nas arvores. Dia 10 Chegamos à Guiné. As pessoas ficam espantadas à passagem da caravana. Ainda por cima escolhemos uma fronteira pouco cruzada. A maior parte nunca deve ter visto uma mota na vida. Todos nos acenam. E quando dizemos que somos portugueses, dizem logo que somos "irmaos" ou "familia". Parece que estamos em casa. Quase todos falam portugues e são do Benfica ou doSporting. Seguem todos o nosso campeonato nacional de futebol... uns verdadeiros aficionados. Ficamos numa residencial, que mais parece a casa da Familia Adams (apesar de ser a casa do presidente da junta). Optamos por dormir no alpendre onde estava mais fresco. Dia 11 Saimos cedo. Chegamos a Bissau. Não podemos levar as motos para os Bijagós porque o unico barco disponivel, apesar de ser novo, já está avariado e a reparar em Dakar. Vamos ficar por aqui hoje. Amanha logo vemos o que fazemos. 18 de Maio 2005 - Carlos Azevedo Finalmente e depois de uma semana angustiante esta etapa do projecto "Até ao Fim do Mundo" chegou ao fim. Ontem chegou o navio Remo II que transportava as motos. Chegaram em prefeitas condições e mais uma vez a ajuda da Transinsular foi preciosa nas burocracias intermináveis de alfândega e descontentorização. Hoje foi o dia em que formalmente acabou a viagem, fomos recolher o cheque caução necessário para os carnet's e estamos finalmente descansados. Agora venha a próxima.... Nos próximos dias o Carlos Martins continuará a actualizar o diário com todos os pormenores da viagem. 10 de maio de 2005 - Carlos Azevedo Todos já voltámos ao trabalho e à rotina diária. Mesmo super atarefados todos continuamos muito angustiados com a ausência das nossas motos. Enviar as motos de navio é uma experiência nova para nós e quando não se tem outra moto para ir matando saudades a coisa fica mais difícil ainda. Acabei de falar com a Transinsular e tudo parece estar a correr como o previsto e em principio o Remo II chega a Lisboa no próximo domingo. O pouco tempo livre disponível está a servir para a actualização da galeria fotográfica e do relato, dentro de alguns dias já devem estar algumas imagens online. 7 de Maio de 2005 - Carlos Azevedo Depois de algumas alterações de ultima hora provocadas pelo atraso na partida do navio e da crescente tensão na Guine, optamos por regressar todos de avião. Chegamos ontem a Lisboa. As motos ficaram já vistoriadas, despachadas e embarcadas ontem há noite e se tudo correr bem chegam daqui a 10 dias a Lisboa. Aí sim esta etapa do projecto "Ate ao fim do Mundo" chega ao fim e podemos começar a pensar na próxima etapa. Os últimos dias em Bissau foram algo monótonos, sem motos desde quarta feira, aproveitamos para andar pela cidade. Apesar de muito bonita a cidade está muito degradada, tudo o que se estraga não se arranja, e muitos são ainda os edifícios que estão marcados com as balas e morteiros da ultima guerra. Os buracos nas ruas são inacreditáveis e a escuridão total da cidade só interrompida pelo som dos geradores. Apesar da escuridão a noite e movimentada, em todas as esquinas vende-se caju, amendoim, sumos, ovos e sandes. Tudo isso contribui para uma atmosfera única nesta cidade. Sem duvida de todas as cidades que esta viagem visitou esta é a mais agradável. Praticamente todas as construções são dos anos 60, vivendas bonitas com grandes jardins e ruas largas ladeadas arvores carregadas de mangas. Mesmo degradadas e muitas delas abandonadas impressionam, esta deve ter sido uma cidade magnifica no seu auge. Visitamos o Mercado Central e o mercado do Bandim, este ultimo é o maior da Guiné e muito semelhante à Medina de Fez em Marrocos, ruas estreitas cobertas com canas, cheiros intensos e tudo o que se pode imaginar é comercializado ali num movimento permanente. Apesar do aumento de militares nas ruas e de se notar alguma tensão no ar, os Guinenses permanecem muito tranquilos, dizem que já estão habituados, que a culpa da instabilidade é de meia dúzia de "cabeçudos" que vivem à porrada por conseguir mais poder. Apesar de bastante rica a Guiné Bissau esta na mão dessa meia dúzia e não fosse a quantidade absurda de frutos e terra fértil e os problemas seriam bem mais graves. A grande maioria do povo não quer saber da política, todos são unanimes de dizer que a guerra é a pior coisa que pode acontecer há Guiné. Vamos fazer figas para que tudo corra bem e a Guiné possa crescer e estável e saudável sem conflitos, o povo fantástico deste país merece.

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